quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

À minha Irmã

23 de Fevereiro de 2017

    Quando era miúda viajei muitas vezes para os Açores. Tantas que já lhes perdi a conta!
   Fui em aviões militares, fui na TAP, fui acompanhada e fui sozinha (com uma hospedeira que tomava conta de mim).
   A minha irmã morou muitos anos nos Açores, pelo menos desde a altura em que me lembro das primeiras memórias de infância.
   A Ilha Terceira é lindíssima e felizmente tive a oportunidade de lá voltar em 2011, desta vez com a minha irmã como companhia.
   Lembro-me que chorava muito, quando a minha irmã voltava para lá depois de nos visitar. Ficava na sala a gritar  "por favor, não vás". Eram momentos tristes, muito tristes.
  Não deixa de ser estranho, termos tanta diferença de idade e tanta cumplicidade, demonstrada já naquele tempo, há muitos anos atrás.
   Há uns dias encontrei algumas cartas e postais de aniversário que a minha irmã me mandava. Começavam todos por "Olá Kikinhas"! Embora com pouca frequência, ainda hoje ela me chama Kikinhas as vezes suficientes para eu me recordar que existem, de facto, coisas intemporais :).
   À medida que cresço, compreendo cada vez melhor que, embora sejamos de gerações diferentes, somos fruto da mesma árvore com lições parecidas e sentimentos semelhantes!
    Sempre me disse as verdades, mesmo as que me custaram ouvir e aceitar e esta foi sem dúvida uma ferramenta importante para que me tornasse quem sou.
    A minha irmã foi minha mãe nos conselhos, cuidados, chamadas de atenção e compreensão, mas nunca deixou de ser minha irmã, com uma ligeira diferença nos "timings", que fez com que as coisas não se tenham tornado num relacionamento normal de irmãos com idade aproximadas, ou não tão distantes como as nossas! Não disputámos brinquedos, não tivemos ciúmes, mas tivemos e temos momentos de partilha, de troca de opiniões e muitas gargalhadas também!
    Costumamos rir-nos de situações que outrora não tiveram piada alguma e isso sabe-nos bem!
    A minha irmã é um exemplo de luta, de profissionalismo, de força, de persistência, de amizade e de dedicação! Tem alguns defeitos e reconhece-os! Acho que nesta altura vou conseguindo retribuir, aos poucos, tudo o que me foi ensinado, também por ela!
     A minha irmã não substituiu quem um dia me faltou. É a minha irmã, diferente de todos!
   É a minha confidente, e apesar de estarmos fisicamente separadas novamente por alguns quilómetros (felizmente não tantos como antigamente), o que nos une é maior e mantém-se cada vez mais firme e seguro!
     Nunca chamei a minha irmã pelo nome. Que engraçado! Nunca a tratei pelo nome dela... e acho que nunca o farei!
      Hoje mais do que nunca, quero que ela saiba que é especial e que nunca duvide que é merecedora de tudo o que bom lhe acontece!
     Poderia ter escolhido qualquer dia do ano para escrever isto, mas há dias em que as coisas fazem mais sentido...
      
      Parabéns Mana, por mais um ano percorrido!
      Soprar uma vela não é nada em comparação à bagagem que se carrega!
      Que todos os  teus dias sejam maravilhosos.



      Eu cá estarei...

...por aí com amor e contigo!

Teresa Martins

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