sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A maior viagem da minha vida

28 de Outubro

   A maior viagem da minha vida começou há 12 anos e é a única que eu não quero que tenha fim! Tenho a certeza que não terá fim.
   É a viagem que me põe à prova todos os dias, que testa os meus limites, os meus dotes, os meus sentimentos, os meus medos e o meu amor.
   É maior viagem de todas porque é a que me sabe melhor e é a mais bonita a todos os níveis.
   É nela que aprecio a natureza, refiro-me à natureza do ser humano.
   Ao contrário das outras, esta não foi planeada, mas continua a ser a melhor de todas!
  Não poupei dinheiro com antecedência, mas durante estes anos (e como felizmente é uma viagem interminável), tenho sempre a oportunidade de fazer planos, de aprender a confecionar pratos novos e pratos preferidos. Posso ver coisas novas todos os dias, ouvir novas histórias, ajudar quando é preciso, estar triste e feliz no mesmo dia ou rir à gargalhada e chorar desalmadamente sem ser questionada!
   Ao longo desta viagem aprendi que é preciso esperar, ter paciência e é preciso mudar (muitas coisas)!
  Há viagens que nos marcam. Umas pelas paisagens, pelos cheiros, pelas músicas, pelas experiências vividas, pelas culturas, pelos bens materiais que se guardam, pelos conhecimentos que se adquirem, pelas fotografias que eternizam os momentos... 
  Esta viagem marca-me todas as horas por todos estes motivos e mais um! Há 12 anos que não viajo sozinha...
  Felizmente posso partilhá-la com pessoas com quem me tenho cruzado, infelizmente há pessoas que fisicamente já não me acompanham neste caminho, mas fizeram parte de viagens anteriores que, tal como esta, foram viagens inesquecíveis! Há ainda quem apareça para enriquecer o percurso feito até agora! E ainda bem, porque torna a viagem ainda melhor do que ela é!
   A maior e melhor viagem da minha vida chama-se Inês, nasceu há 12 anos e está de parabéns, por se estar a tornar numa bonita adolescente e por me ajudar ser melhor todos os dias!
  
 




 Por aí com... com amor... e contigo!

Teresa Martins

domingo, 23 de outubro de 2016

Por aí... na cozinha

21.10.2016

   Isto de viajar e tentar conhecer muitos sítios é muito bonito, mas não pode ser sempre que nos apetece!
   Não basta querer, é preciso avaliar muito bem outros fatores indispensáveis.
   Começo pelo mais óbvio:
   Dinheiro - Infelizmente não estica. É um facto que há viagens baratinhas, passeios que ficam em conta, mas por vezes podemos planear viagens maiores e fazer uma pequena pausa nas escapadelas (ainda que sejam económicas), para poupar o máximo e usufruir mais tarde.
   Responsabilidades quotidianas - Quem me dera viajar todas as semanas, ou todos os meses, mas isso também implicava não ter algumas tarefas diárias que me fazem crescer e que no fundo me fizeram ser quem sou hoje!
   Há responsabilidades que se sobrepõem às vontades (ser mãe foi uma aprendizagem e tanto neste aspeto) e têm de ser encaradas como uma forma de vida natural e agradável. Se viajasse sempre que quisesse iria com toda a certeza perder muitas coisas que são mais importantes na minha vida de mãe, de mulher e de profissional, embora considere que aprendemos muito quando viajamos.
    É possível e importante viajar em família, como já fizemos, mas é também importante criar raízes no lar onde se preservam valores fundamentais do ambiente familiar.
  Tempo - Devemos poupar tempo também! Fui aprendendo que devemos aproveitar o tempo da melhor forma, mas nunca de forma desorganizada sem saber o que fazer ou para onde ir.
   Planear o nosso tempo só tem vantagens, mesmo que a vontade de o gastar em tarefas não muito agradáveis seja pouca, é mesmo indispensável. Sempre ouvi dizer "há tempo para tudo", e é mesmo verdade, embora me depare todos os dias com a realidade da expressão "o tempo corre", e corre bem depressa.
   Se tudo for feito com pés e cabeça, conseguimos fazer o tempo render, porque na verdade "o tempo é dinheiro" e se pudermos "dar tempo ao tempo" percebemos que aquele que ficou perdido nunca mais se recupera!

   Foi neste sentido (de não perder tempo nenhum) que decidimos "viajar" na nossa cozinha!
  Fizemos umas pesquisas e achámos que seria engraçado confecionar receitas típicas de locais que gostaríamos de visitar.
   Enquanto a Inês estudava, nós andámos à volta dos ingredientes e do fogão (eu com os tachos e tu na câmara) a preparar o Mie Goreng, uma comida típica indonésia que significa "macarrão frito".
   Fizémos algumas adaptações.
   Trocámos o óleo pelo azeite e os noodles por tagliatelle . Na receita original a quantidade de molho de soja é maior, nós optámos por colocar menos e só no fim.
   A variedade de legumes pode ficar ao gosto de cada um e a omelete é facultativa.
   Fica aqui a receita pela qual nos guiámos :)

Noodles de ovo quase cozinhados;
Alho esmagado;
Sal;
Pimenta;
Molho de soja doce;
Frango cortado em bocadinhos, gambas, bife, ou tofu (não fica mal se fizermos mistura);
Mistura de vegetais,cenouras, ervilhas, alho francês, feijão verde, cogumelos;
Ovo estrelado, ou omelete cortada em fatias finas.








   O resultado final foi bastante positivo. Fizemos uma quantidade excessiva e por isso deu para o dia seguinte também!
   Espreitem o vídeo e vejam como é possível viajar na cozinha!!!!




Na nossa cozinha... por aí... com amor... e contigo!

Teresa Martins
   

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Sanxenxo e Portonovo

06.08.2016 e 07.08.2016

   Para ter um fim de semana diferente não precisamos de ir muito longe!
  Embora se localize na nossa vizinha Espanha, Sanxenxo fica apenas a 170 km da nossa casa (portanto, mais perto do que ir a Lisboa).
  É um município na província de Pontevedra que tem cerca de 17077 habitantes mas este número aumenta consideravelmente na época balnear, uma vez que é considerada a capital turística da Galiza com paisagens bonitas e temperatura convidativa.
   Em pleno Agosto, confesso que foi o local onde senti mais calor em todo o Verão!
  Mal chegámos a Sanxenxo, encontrámos um lugar para estacionar mesmo em frente à praia (que normalmente é quase impossível). Foi o melhor que nos podia ter acontecido, e apesar dos 37º graus fomos aproveitar a praia, ainda que tivéssemos de ir à água de 10 em 10 minutos.
   Inicialmente a ideia era passar lá o dia e regressar a casa, mas "pelo sim pelo não levamos a tenda, se nos der vontade de ficar, ficamos"- disseste tu.
   Fomos ao Camping Baltar, em Portonovo, a 2 km de Sanxenxo e pagámos 18 euros por uma noite (dois adultos e 1 lugar de tenda). O Parque tinha boas condições. Escolhemos um lugar mais calmo para montar a tenda (deram-nos essa hipótese) mas percebemos que estavam por lá muitas pessoas de variadas faixas etárias!
   Depois da barraca pronta, decidimos aproveitar o resto do dia.
A tenda 109 e as tralhas em Portonovo
Camping Baltar - Portonovo
   Optámos por deixar o carro fora do Parque e ficar por Portonovo o resto da tarde. Fomos a pé em direção à Praia de Baltar. É uma praia pequena, muito bonita e bastante acessível, por isso mesmo cruzámo-nos com diversos jovens que estavam a acampar no mesmo parque de campismo.
   Embora já fossem 19h30, estava ainda bastante calor na praia e por isso ficámos por ali.

Em frente à Praia de Portonovo
   De regresso ao parque, depois de tomarmos banho, etc., fomos tentar encontrar um sítio para jantar! E não foi uma tarefa fácil uma vez que estava tudo cheio ou reservado. Esperámos pela nossa vez num que nos parecia que não iria demorar muito, e conseguimos um lugar, foi pena não ter sido na esplanada devido ao calor que se fazia sentir.
   As idas a Espanha ainda não foram suficientes para dominar a língua. Assim, fizemos o pedido da comida e quando a trouxeram percebemos que ler e traduzir espanhol não é o nosso forte (podíamos ter utilizado o google para tirar dúvidas). Recordo-me desta tua expressão: " Pedimos tapas e trazem-nos comida americana". :)
  A nossa mesa encheu-se de batatas fritas, ovos, chouriço, cogumelos, pão e mais batatas fritas! O que vale é que a minha dieta começa sempre no dia seguinte!
  De seguida fomos dar uma voltinha (e gastar algum dinheiro) numas lojas de rua (tipo tendas), daquelas que também costumamos ver em festas das cidades e das aldeias. Já tinhas passado por lá à tarde, mas como não encontramos nada melhor para fazer em Portonovo e a vontade de pegar no carro era pouca, acabámos por passear no mesmo sítio. E não foi nada mau!
   No dia seguinte fomos para Sanxenxo. Antes de irmos aproveitar o sol, fomos comprar protetor solar e conhecemos um pouco daquela zona, mas o calor era tanto, que o que mais apetecia era um mergulho... ou vários!
    A praia de Silgar tem 750 metros de extensão. É conhecida como a praia principal de Sanxenxo, e é acompanhada por uma avenida com o mesmo nome onde se podem fazer caminhadas muito agradáveis ou usufruir dos cafés, bares e lojas que se encontram do lado oposto da estrada.
    Percebemos que as "horas de ponta" na praia são entre as 16h30 e as 19h30, Por isso, apesar da época alta, não foi difícil encontrar um sítio para estender a toalha como acontece com frequência em algumas praias portuguesas.
     Ainda houve tempo para correr até a um do bares de praia (sim, correr, a areia estava mesmo muito quente) para bebermos alguma coisa fresca.
   
Praia de Silgar
Praia de Silgar
   No fim do dia, já de regresso a casa, fomos surpreendidos, ainda em Espanha, ao avistar o imenso fumo dos incêndios que ocorriam em Portugal. Embora não restassem dúvidas de que se tratava de um incêndio de grandes dimensões, só nos apercebemos da infeliz realidade quando já estávamos mais perto de casa.
   As fotos falam por si!



   Há situações que não conseguimos controlar (infelizmente), mas há outras que podem ser contornadas para melhorar o estado de espírito, como por exemplo, passar um fim de semana em Sanxenxo!



Por aí... com amor... e contigo!

Teresa Martins

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Baiona e Ilhas Cíes

27.08.2016 a 30.08.2016

   As férias de Verão devem ser aproveitadas até ao último dia. E foi isso mesmo que fizemos!
   Mais uma vez de mochila e de tenda, rumámos a Espanha, Baiona mais propriamente.
  Antes de chegarmos ao nosso destino, fizemos uma pequena paragem em Valença ( Distrito de Viana do Castelo) que faz fronteira com a Galiza. 
  É o sítio ideal para fazer um passeio em família, almoçar ou apenas fazer umas compras. Aconselho a visita à Praça-Forte de Valença. Parece uma pequena cidade entre muralhas que antigamente se destinavam à defesa da povoação e travessia do Rio Minho. Foi considerada a mais importante fortificação do alto Minho e devido às diversas intervenções de restauro e conservação, todas as estruturas se encontram bem conservadas.

Praça-Forte de Valença
Praça-Forte de Valença
   Determinados a chegar a Baiona, seguimos o nosso caminho diretamente para o Camping Bayona Playa onde ficámos duas noites ( pagámos 26 euros).
  Baiona é um dos municípios que faz parte da província de Pontevedra e tem cerca de 12.233 habitantes. É bastante visitado, por ser à beira mar, com paisagens muito bonitas e também por ser muito próximo de Portugal.
   Nesse dia optámos por ficar por ali para montar a tenda e organizar o dia seguinte. 
  Passámos no café/restaurante do campismo para comer alguma coisa, mas optámos por beber apenas um café. Quando trouxeram a conta achei que 3,60€ por dois cafés era uma brincadeira!  
   Mais tarde, fomos ao super mercado do parque de campismo comprar o jantar (bebidas e sandes),  e como já eram quase 20h00 fomos para a praia ver o lindíssimo pôr do Sol.
   
Foto romântica em Baiona
   Tirámos umas fotos engraçadas (com muitas tentativas falhadas), conversámos muito, sobre tudo... temos essa facilidade de partilhar os nossos gostos, as nossas vontades, os nossos receios e até os pontos de vista diferentes que temos sobre algumas coisas. Embora o Gin com 7up tenha ajudado, eu sei perfeitamente que aquelas 5 horas passaram a voar porque mais uma vez se provou que as coisas simples são as mais importantes e todo o tempo que passamos juntos me faz querer estar ainda mais tempo contigo.

Baiona
Pôr do Sol - Baiona
   No dia seguinte fomos conhecer o centro de Baiona. É uma zona turística, com boa temperatura, de ruas estreitas e típicas com muitas lojas de produtos artesanais e também restaurantes e cafés a cada esquina. Na rua principal junto à praia existem gelatarias e outros estabelecimentos que são de deixar água na boca. Experimentámos waffles com chocolate de leite,  morangos e bolachas oreo, uma verdadeira delícia.
  De seguida fomos conhecer o Castelo de Monterreal também conhecido por Fortaleza de Monte do Boi. Está situado mesmo à beira mar e por isso tem uma paisagem muito bonita. Servia, na Idade Média, para defender o território.

Castelo de Monterreal

Castelo de Monterreal
   As paisagens de Baiona valem mesmo a pena registar, por isso, enquanto tirávamos umas fotos, demos um passeio na zona à beira mar para encontrarmos o local onde iríamos apanhar o barco para as Ilhas Cíes no dia seguinte.

Baiona
Outra foto romântica em Baiona
   Acabámos por jantar por lá (uma tábua de queijos e presunto e picanha com batatas) e fomos para o parque de campismo porque tínhamos de acordar relativamente cedo no dia seguinte.
   De manhã, e como íamos acampar nas Ilhas, escolhemos um sítio que nos parecesse seguro para deixar o carro de um dia para o outro e seguimos para a estação Marítima no porto de Baiona (Estação América).
   Situada num dique entre a cidade e o mar, esta estação funciona para os barcos que operam nesta zona. Seguimos no Barco das 11h00 (pagámos 37 euros, ida e volta), na companhia Mar de Ons e a viagem demora cerca de 45 minutos, no máximo.

Estação Marítima América - Baiona
Barco para as Ilhas Cíes
   À chegada ficámos maravilhados com a praia das Rodas. Eu já tinha lá ido o ano passado, mas não saí daquela praia. Felizmente descobri contigo que havia muito mais para aproveitar!

Praia das Rodas - Ilhas Cíes
Mochileira na Praia das Rodas
   As Ilhas Cíes formam parte do Parque Nacional Marítimo - Terrestre das Ilhas Atlânticas (criado em 2002) e em 1980 foram declaradas parque natural.
   A Praia das Rodas foi escolhida pelo jornal britânico "The Guardian", em 2007, como a praia mais formosa do mundo, de facto é de uma beleza incrível, cria algum impacto visual a quem chega de barco, mas no fundo, se soubermos explorar, percebemos que há outros locais na ilha que merecem igual atenção. 
   A ilha tem uma lotação diária de 2200 pessoas e apenas 800 a pernoitar, portanto, quem pretende ficar de um dia para o outro (a acampar, que é a única solução) terá de fazer previamente a reserva, como nós.
   No caminho para o campismo (Camping Islas Cíes) pudemos apreciar a beleza natural da ilha. O caminho não é longo, mas sem mochila às costas seria bem mais fácil :)!

A passar o pontão de ligação entre a Ilha do Monte Agudo à Ilha do Monte Faro

   Depois foi só fazer o "check in", que na nossa opinião não tinha controle quase nenhum, e escolher um sítio para montar a tenda! Escolhemos uma zona onde o sol não batesse logo pela manhã, arranjámos tudo e preparámos uma mochila com água e sandes para irmos conhecer uma parte da ilha sem praias.
  Visitar aquela zona em condições requer preparação física! Não que eu estivesse preparada, e por isso mesmo fiquei cansada mais rápido do que tu, que treinas todos os dias (ou não)! Basta mentalizarmo-nos que vamos andar alguns quilómetros (com subidas e descidas), e vale a pena o esforço e o cansaço. O passeio fala por si. São vários os percursos que podem ser feitos e têm em média 3,5/4 km cada um.
  Existem alguns pontos de interesse marcados (com o nome e os quilómetros), por isso foi fácil decidir a distância a percorrer de acordo com o tempo que tínhamos.
   Decidimos ir à Pedra da Campá e ao Observatório de Aves.
Vista do Monte Faro para a Praia das Rodas
Algures perto do Observatório de Aves
Pedra da Campá
   Depois fomos à praia das Rodas, através de um passadiço que a liga diretamente ao parque de campismo.
    Esta praia é a maior de todas as existentes nas Ilhas, com 1300 metros de comprimento e 60 metros de largura e é daqui que partem os principais trilhos. Aqui também podemos encontrar serviços como a cruz vermelha e o porto de Informação Turística.
   Para quem pensa visitar estas ilhas, fica desde já o aviso, as gaivotas são nossas inimigas! Roubam tudo o que é comida, esteja ela pousada, na mão ou em sacos. As gaivotas andam entre os turistas como se fossem pessoas, e são muitas, mesmo muitas, por isso é necessário assegurarmo-nos que o nosso "farnel" não fica exposto. Nós estávamos sempre preparados para contra-atacar com chinelos :)

Praia das Rodas
   À noite jantámos no restaurante do Campismo e no dia seguinte, depois de arrumarmos as tenda e as "tralhas" fomos apanhar sol na Praia das Figueiras, mais conhecida por Praia dos Alemães, por ser umas praia naturista (e vimos uns quantos, tal e qual como vieram ao mundo). Esta praia é pequena em relação à Praia das Rodas. Tem apenas 50 metros de largura e 350 metros de extensão e é rodeada pela paisagem verdejante da ilha.

Praia das Figueiras
Última foto nas Ilhas Cíes
   No fim de contas, o balanço é positivo e é um local que vale sempre a pena visitar embora o bilhete seja um bocadinho caro para repetirmos muitas vezes. No entanto, qualquer sítio que vá contigo vale a pena... até a nossa casa que é um sítio de todos os dias!

Adoro andar por aí... com amor... e contigo!

Teresa Martins


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A Costa Vicentina numa carrinha

12.08.2016 a 24.08.2016


   Há muito tempo que gostava de percorrer a Costa Vicentina de forma a poder usufruir de tudo o que fui ouvindo e lendo acerca das praias e dos locais típicos portugueses que o nosso país oferece.
   A melhor decisão deste verão foi "fazermo-nos à estrada" (os três) numa carrinha, sem horários de check in/check out, hora de pequeno almoço, hora de seguir viagem ou permanecer mais um ou dois dias no mesmo sítio.
   A preparação de toda a logística foi engraçada e cansativa, mas sem dúvida muito produtiva!
Saímos de casa ao fim do dia (já bastante tarde para o que tínhamos programado) e fizemos a primeira paragem no Baleal, em Peniche. Estacionámos a carrinha mesmo em frente ao Danau Beach Bar na praia do Baleal e ainda tivemos tempo para beber um café, ouvir música e apreciar os passos de dança incríveis dos estrangeiros que por ali estavam.
   Por sorte, de manhã, embora o Danau estivesse encerrado, conseguimos encontrar um wc aberto uma vez que mesmo ali ao lado existem algumas lojas de souveniers, escolas de surf e diversos cafés/restaurantes que abrem relativamente cedo (o único problema foi a carrinha não ter casa de  banho).
   O Baleal é uma zona muito procurada, nomeadamente por surfistas de todo o mundo e foi lá que surgiu a primeira escola de Surf de Peniche em 1993 - Baleal Surf Camp.
  Passámos o dia na praia e almoçámos num dos restaurantes mais próximos (bastante caro por sinal, não estivéssemos nós, em pleno Agosto, num sítio bastante turístico).

Praia do Baleal
 
   Continuámos a viagem ao fim da tarde e parámos na Ericeira. Tentámos encontrar o melhor "spot" para estacionar a nossa "casa ambulante", comprámos uma toalha de plástico para a mesa improvisada, umas tigelas de plástico, uns panos de cozinha e mais uma ou outra coisa que nos falhou na lista de "tralhas" que devíamos ter levado, e fizemos o jantar (bifes de perú grelhados com batatas fritas). Ah pois! Não faltava nada na nossa carrinha. Cama, fogão, caixas com roupa, comida, fatos de surf, pranchas, enfim. Arrumar tudo ali dentro era todos os dias uma aventura, mas como tinhas tudo tão bem estudado (como quase sempre), correu como esperávamos e percebi mais uma vez que trabalhamos bem em equipa!

Casa montada na Ericeira
 
   Depois do jantar, fomos até ao centro dar uma volta de reconhecimento! 
   A Ericeira é uma vila turística do concelho de Mafra e, segundo a lenda, o nome deriva de "terra de ouriços" por causa dos ouriços do mar que existiam em grande quantidade, mas na verdade, investigações mais recentes dizem que o inspirador do nome é o ouriço-cacheiro. Não será por acaso que um dos doces típicos da região se chama Ouriço da Ericeira.
   A Vila é muito bonita (mesmo de noite). Encontrámos as ruas cheias de pessoas, música, lojas abertas e até bailaricos de verão, o que tornou o nosso passeio ainda mais agradável, mas como a ideia era acordar cedo para aproveitar a praia e as ondas, fomos descansar.
 Infelizmente a manhã seguinte estava fresquinha e decidimos ir a Mafra visitar uns familiares e passar pelo convento só para registar!

Palácio Nacional de Mafra
 
   O Palácio-Convento Nacional de Mafra, é enorme e bonito. É um edifício que começou a ser construído em 1717 no reinado de D.João V e tem uma igreja, um palácio e um convento. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e foi finalista  na iniciativa Sete Maravilhas de Portugal em Julho de 2007.
   Estivemos por ali pouco tempo e conseguimos presenciar a saída de uns noivos e a entrada de outros, pelos vistos, casamentos ali é sempre a abrir!!!
   Depois de mais uns kilómetros, chegámos a Tires ( Concelho de Cascais), onde nos esperava a minha irmã e o meu sobrinho. A propósito disso, já te disse que adoro estes encontros e que faças parte da minha família? :)
   Tomámos banho, jantámos... e não deu para mais! Descansar é fundamental, mesmo nas férias, e nisso és perito, em adormecer quero eu dizer. Gostava de adormecer com a mesma facilidade que tu, mesmo sendo o sítio mais desconfortável de sempre! Invejo-te isso... e outras coisas, mas essas tu vais-me ensinando, é pena eu não aprender a adormecer em segundos!
   Continuámos o nosso caminho no dia seguinte, de coração um bocadinho mais cheio e o corpo mais ou menos recuperado (fruto de uma noite tranquila num colchão normal) e parámos em Sesimbra, uma Vila que pertence ao Distrito de Setúbal onde podemos encontrar a foz do Rio Sado, a Serra da Arrábida e o Cabo Espichel, não ficámos muito tempo mas assistimos a uma procissão no mar, tirámos umas fotografias e tivemos tempo para comer caracóis.

Sesimbra
 
   A ideia era dormirmos algures perto do Portinho da Arrábida, mas como já era tarde e a Serra de noite não é muito convidativa, continuámos até encontrar, por acaso, o EcoParque do Outão que fica a 3km de Setúbal. Foi uma sorte, uma vez que é um parque bastante recente e não está muito divulgado, estando neste momento preparado para receber apenas auto-caravanas. Pagámos 6 euros e tínhamos as condições necessárias para pernoitar, pelo menos com casas de banho e chuveiro.

EcoParque do Outão
Casa montada no EcoParque do Outão - Setúbal
 
   No dia seguinte, seguimos para Setúbal onde apanhámos o ferrie para Tróia. Pagámos cerca de 25euros (três passageiros e a nossa "casa"). A viagem demora cerca de 25 minutos e é agradável, pelo menos nesse dia, apesar do vento normal que se sente quando se viaja de barco.

Ferrie Setúbal - Tróia
Ferrie Setúbal - Tróia
 
   Nunca tinha estado em Tróia e confesso que fiquei bastante surpreendida. Parece uma cidade à parte com características muito urbanas e diferentes do que tínhamos visto até ali. Faz parte do Concelho de Grândola e é conhecida por ser uma zona turística e desenvolvida, com uma praia muito bonita...e confirma-se!

Praia de Tróia

  Depois tentámos parar na praia da Comporta, mas estava o verdadeiro kaos, não dava para estacionar, e mal se circulava, portanto continuámos sempre a descer até à praia da Costa de Santo André. Estava mais calma e conseguimos dormir uma sesta (os três).
   A próxima paragem foi em Sines. Não achámos nada de especial, nem mesmo o centro, embora a zona junto à praia seja bonita. Além disso precisámos mesmo de parar para ir à casa de banho se bem me lembro! Ainda em Sines corremos tudo à procura de um íman para a nossa coleção, e um dedal (também começámos a fazer coleção) e nem isso conseguimos por estar tudo fechado.
   Fica a foto em frente aos WC's municipais, para mais tarde recordar :) !

Sines
   
     Ao fim da tarde demos um mergulho em SãoTorpes. 
   "A água é quente!" dizias tu, "Pois, água do mar, quente." - pensámos nós. Não que alguma vez duvidássemos de ti, nunca nos deste razões para isso, muito pelo contrário, mas água quente... no mar? 
   Qual não foi o nosso espanto, meu e da Inês, quando percebemos que de facto a água estava quente, quente tipo morna nas torneiras de casa, incrível! Fora da água um vento fresco, dentro de água parecia que estávamos numa banheira gigante! A vontade de sair era pouca!
   Além do pôr do Sol lindíssimo, a água é a menos poluída da zona e a temperatura da água é o resultado da proximidade do sistema de arrefecimento da central térmica. Ainda pensámos ficar ali para o dia seguinte, mas preferimos continuar.

São Torpes
 
   Acabámos por ficar em Porto Covo, uma freguesia situada no Concelho de Sines com praias maravilhosas que em 2015 foram consideradas das 10 mais belas praias do mundo pela edição francesa do "The Huffington Post". Encontrámos um sitio para estacionar estratégicamente a nossa carrinha, fizemos o jantar ( nesse dia aquecemos comida que a minha irmã nos tinha dado) e fomos conhecer a aldeia.
   Durante toda a viagem encontrámos muitas pessoas em auto-caravanas, carrinhas ou mesmo carros, a percorrer a costa da mesma forma que nós. Percebi que felizmente ainda há muita gente com espírito aventureiro, e que aproveitar a vida da melhor forma está nas pequenas coisas que se tornam grandes pelas experiências que temos, sem precisar de grandes luxos. Ensinas-me isso todos os dias!

A cozinhar em Porto Covo
A comer em Porto Covo
 
   Como não conseguimos comprar todos os "recuerdos" nessa noite, decidimos voltar ao centro de Porto Covo na manhã seguinte para de seguida passarmos na famosa Ilha do Pessegueiro.
   A vista para a Ilha do Pessegueiro é considerada uma das mais bonitas da região. Além de podermos ver os limites da ilha pode também avistar-se o Forte de Santo Alberto do Pessegueiro mais conhecido por Forte do Pessegueiro. Do lado da praia existe o Forte de Nossa Senhora da Queimada.

Vista para a Ilha do Pessegueiro
 
   Ao longo do caminho  usufruímos de paisagens lindíssimas. De facto a Costa Alentejana é muito convidativa, pela sua beleza, pela temperatura, pela cor do mar, pelas estradas de terra batida, pelas casas típicas e pelas pessoas diferentes com que nos vamos cruzando.
  Parámos em Vila Nova de Mil Fontes (Concelho de Odemira) e decidimos , desta vez, ficar num parque de campismo. Ficámos no Camping Milfontes e pagámos cerca de 15 euros.

Camping Milfontes
 
   No dia seguinte acordámos cedo e seguimos viagem para Almograve, Zambujeira do Mar, Azenha do Mar, Odeceixe e finalmente Aljezur.
   Em Aljezur ( Distrito de Faro) ainda passámos da Praia do Monte Clérigo e na Praia da Arrifana, depois decidimos jantar no Restaurante Geração III (esperámos cerca de 1h30) e ficámos a pernoitar no Parque de Campismo do Serrão ainda em Aljezur (pagámos à volta de 25euros ).

Aljezur
 
   No dia seguinte continuámos a descer a costa e passámos a manhã na Praia do Amado, na Carrapateira. Esta praia é bastante tranquila e conhecida por ondas com tamanho menor quando comparadas com as da Ericiera ou Peniche e por isso é muito frequentada por praticantes de surf e bodybord (existem, no local, escolas que alugam pranchas). Foi também nesta praia que encontrámos uma grande quantidade de auto-caravanas.

Praia do Amado
 
   Seguimos até Sagres, para nos encontrarmos com uma amiga de todos os dias! Fomos à praia da Mareta que tem boas condições para a prática de Surf. É uma praia com bandeira Azul e abrigada pelo Cabo de Sagres.  A sorte de ter bons amigos fez com que pudéssemos tomar um banho quente em Sagres e ainda tivemos um jantar bastante agradável no restaurante Armazém. Depois fomos dormir na nossa auto-caravana improvisada e na manhã seguinte ainda passámos na Fortaleza de Sagres.

Praia da Mareta - Sagres
Fortaleza de Sagres
 
   Seguimos para a Praia da Luz, não podíamos perder nenhum raio de sol! Mais tarde fomos a Lagos que além de ser sede de Município com cerca de 18 500 habitantes está historicamente ligada aos Descobrimentos Portugueses. Havia bastante movimento e ainda demos um passeio  por lá (e gastámos mais uns trocos).

Lagos
 
   De seguida fomos à praia de Alvor e ao fim do dia fomos a Ferragudo ao encontro de um amigo de longa data, que nos ofereceu estadia ( e que veio mesmo a calhar). Conversámos muito, jantámos na Pizzeria Delizia e descansámos para no dia seguinte chegarmos cedo ao Slide&Slash que fica na cidade de Lagoa, Distrito de Faro.
   Foi um dia emocionante! A Inês teve companhia para andar em todos os escorregas! Pagámos cerca de 70 euros (os três), mas levámos comida uma vez que comprar lá dentro era o dobro do preço.

Slide&Splash
 
   Completamente rotos, continuámos a viagem até Albufeira (Distrito de Faro). Ficámos por lá duas noites, uma no Parque de Campiso "O repouso", e a outra noite ficamos com a Cristina e com o Nuno que também estavam por lá de férias.
   Mais uma vez ficou provado que ter amigos é essencial e aquece-nos o coração!!! Jantámos juntos, e ainda fomos a Vilamoura, pusémos o resto da conversa em dia e passámos um bom bocado com quem realmente gosta de nós, que é o que mais importa!

Esculturas de areia em Albufeira
 
   Quase a terminar esta nossa viajem pela Costa Vicentina ainda fomos à Praia da Rocha Baixinha, mais conhecida por Praia dos Tomates. Tem uma enorme falésia que começa  na Praia da Falésia e termina na Praia de Vilamoura, e é ótima para nadar porque não tem rochas nenhumas no mar.                Aproveitamos para passar lá algum tempo e levámos as pranchas.

Dois desportistas e um desconhecido da Praia da Rocha Baixinha
 
   Estivemos 12 dias em viagem... regressámos cansados, com muita roupa para lavar, morenos, felizes e prontos para outra! Foi tudo incrível e ficou ainda muito por conhecer! Com ou sem "casa ambulante"!



Ansiosa pela próxima viagem por aí, com amor... e contigo!


Teresa Martins