sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Ready, Set, GO!

 25 de Novembro

   Nunca fiz uma viagem grande! Nunca saí da Europa!
   Andamos a planear fazer uma viagem grande há algum tempo e embora eu considere que faz bem viajar e espairecer, nem que seja na nossa área, é diferente se sairmos da nossa zona de conforto.
  Quando preparo quaisquer férias, fins de semana, feriados ou passeios ao fim do dia, planeio alguma coisa. Ou a que horas regresso para fazer o jantar, ou se não falta nada na mala (e acaba sempre por faltar alguma coisa), ou quanto dinheiro vamos gastar, e por aí fora.
   Desta vez foi tudo isto... a triplicar! É certo que ter alguém com alguma experiência ajuda em toda esta logística e se não fosses tu, não me lembraria de metade.
   Depois de decidido o destino, analisámos o preço dos voos e optámos pelas viagens mais em conta e mais fiáveis. Após alguns dias de indecisão comprámos a viagem e fui fazer o meu passaporte. Gostei da ideia, mas não gostei do preço! 65 euros para uma validade de 5 anos parece-me exagerado, mas não vamos entrar por aí!
   O objetivo é conhecer  o máximo possível, portanto, aqueles "packs" de viagem com tudo incluído não foi uma opção. Adoro sol e com certeza que não faltarão oportunidades para aproveitar a praia ou a piscina. Mas o que mais me entusiasma é ter a possibilidade de ver mais, conhecer e aprender coisas totalmente diferentes das que estou habituada, a começar pela cultura.
   Posto isto, e depois de muita pesquisa (muita mesmo), marcámos os hotéis (mais baratos) nos locais que queremos visitar e conseguimos alguns com pequeno almoço incluído por um preço apetecível!
    Como grão a grão enche a galinha o papo, aprendi contigo que pôr algumas notas ou moedas de lado (mesmo que sejam poucas), é um incentivo para qualquer objetivo prático. 
   Motivação é contigo, já o devo ter escrito antes, mas sou mesmo uma sortuda (somos)!Bem sei que não são as moedas que junto ao fim do dia que me vão permitir viajar, mas são o começo, e tudo tem de começar por algum lado!

Travel Found

   A parte mais complicada estava resolvida, achava eu! 
  Fartei-me de ver mapas, analisar percursos e pontos de interesse, ver preços locais, hábitos, clima e essas coisas todas, enquanto tu trataste do seguro, dos cartões, das máquinas e de me relembrares sempre de pormenores que embora pequenos são indispensáveis.
   Foi com alguma antecedência que começámos a pensar na roupa ideal para levar. De mochila às costas o peso não pode ser muito e a sorte do clima tropical exigir pouca roupa também nos é favorável. No entanto eu,  como quase todas as mulheres, fico com a sensação que levo pouca roupa. Adoro o teu pragmatismo, adoro sempre que repetes o que vais levar na mala, fácil, rápido e prático! Tive de aprender a fazer o mesmo, percebi que poupo tempo, preocupação e ansiedade (pelo menos em relação ao que levar para vestir).

Check List

   Os últimos preparativos são os mais fáceis, mas são também os que não podem falhar! Imprimir as reservas, fazer check in online e tratar dos carregadores são as minhas últimas preocupações e felizmente são as tuas prioridades!
   As pesquisas continuam à medida que o entusiasmo aumenta. Nunca parei de tentar saber pormenores e por isso sinto-me uma criança que espera ansiosamente pelo dia de "amanhã".
   Acho que planeámos muito para ver em tão pouco tempo, espero sinceramente cumprir pelo menos 2/3 dos nossos planos.
   Falta ainda consciencializar-me que me meti nisto, porque não tenho dúvidas de que valerá a pena, tal como tudo o que tenho arriscado contigo.

Serões atribulados

   Quero muito ir, mas sinto também que existem muitos motivos para voltar. E são esses que me farão regressar com vontade e consciente de que essa é uma certeza que ninguém me tira!

Ready, set, go... por aí, para longe... com amor e contigo!

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A Viagem que nunca farei

   Quanto mais cresço, mais me apercebo que não devemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje, e em alguma altura da vida já todos nos debatemos com isto!
   Embora este provérbio popular português nos queira dizer que não vale a pena adiar o que tem de ser feito, para não acumularmos coisas nem nos tornarmos preguiçosos, podemos aplicá-lo noutras vertentes.
   Na minha modesta opinião, estamos cada vez mais acomodados com o que temos. Desejamos muito, cumprimos menos e sonhamos alto, mas não realizamos metade... mais tarde, com as mãos na cabeça e o tempo esgotado, pensamos que devíamos ter ido e aproveitado, agora já não dá, já não temos tempo, devia ter sido mais cedo e podíamos ter feito.
   É urgente fazermos, mas é principalmente obrigatório falarmos e cuidarmos...antes que seja tarde demais e amanhã já não valha a pena!
   Há uma série de coisas que podemos fazer ou dizer amanhã, é um facto, mas há tantas que se foram com o tempo e que infelizmente não nos é dada uma segunda oportunidade, e essas não devemos deixar para amanhã!
   Embora seja nitidamente um cliché, a época Natalícia faz com que a maioria reflita sobre atitudes, pensamentos e faça projetos para não repetir erros cometidos anteriormente. É nesta altura que todos nos enchemos deste espírito de colaboração, bondade e amor ao próximo! Devíamos ser sempre assim pois claro! Mas haja alguma altura do ano que, vá-se lá saber porquê, se iniciam uma série de campanhas de solidariedade e nós próprios (dentro de casa, no trabalho, na família e com os amigos) ficamos mais sensíveis aos outros.
   Gostava de ter algumas oportunidades para voltar atrás e dizer algumas coisas que não disse, ou fazer outras tantas coisas que não fiz. 
   Neste momento penso muito no que poderei fazer e no que quero fazer. Sonho bastante, planeio viagens e tento não adiar coisas urgentes. Mas há uma viagem que nunca farei, por mais voltas que o mundo dê e por mais planos que faça.
   Existem coisas que por mais que sejam o maior desejo do mundo, não as conseguimos ter. Oportunidades, quero eu dizer! Perdi muitas, aproveitei outras e espero ter mais e não as deixar escapar.
     Devemos aproveitar sempre as oportunidades que temos para demonstrar, respeitar, admirar, olhar, cheirar, falar, abraçar e registar o melhor de todos aqueles que não devemos passar para segundo plano... porque não devemos deixar para amanhã as oportunidades que temos hoje.


    A minha mãe foi uma oportunidade que não existiu, e por isso não considero que tenha pena de não conseguir recuperar um caminho que não pude percorrer! 
     Era bonita a minha mãe, não foi tão alegre como devia... não teve oportunidade, nem escolha!
     Sei muito sobre ela, mas não sei o suficiente!
   Em jeito de conselho a quem tem oportunidade de percorrer caminhos e viagens bonitas, não deixem para amanhã o que podem fazer e dizer hoje! Aproveitem o Natal para pensar que todos os dias há alguém que merece a nossa atenção... amanhã pode ser tarde, por falta de tempo ou por outro motivo qualquer!


    A minha mãe é a viagem que nunca fiz e que infelizmente nunca farei! Mas nem por isso deixo de  a ter presente em sonhos, fotografias e conversas. Lamento não olhar para ela e dizer hoje o que não pode ser adiado!
    Que esta época faça com que cada um viaje mais, agradeça mais, aproveite mais e reclame muito menos!


Por aí com amor e contigo...

Teresa Martins
     

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Viagens no tempo

 08 de Novembro de 2016

   Aposto que toda a gente já viajou no tempo! A memória e o pensamento são as melhores ferramentas (gratuitas) que nos tornam capazes de retroceder ou avançar no tempo!
   É certo que pensar no que passou não possibilita mudanças no que já vivemos, e imaginar o futuro não o torna necessariamente realidade, mas viajamos! Ah se viajamos!
   Todos temos várias histórias que recordamos e objetivos que partilhamos, por isso, todos fazem uma viagem (ainda que seja mentalmente) sobre o tempo que virá ou sobre o que já lá vai.
   Para mim o mês de Novembro é sem dúvida nostálgico, mais do que pensar no que quero que aconteça, penso com alguma regularidade sobre o tempo que já tive, e tudo o que aconteceu.
    Talvez pelo início do cheiro a Natal, que é sempre, para mim, uma época de entusiasmo. Adoro as preparações natalícias e tudo o que isso envolve. A música, as decorações e a azáfama!
   Costumo viajar em tudo o que me lembro do meu Natal de antigamente. Por esta altura já andava "em pulgas" para montar a árvore de Natal, que foi a mesma durante anos, e cá entre nós, era bem bonita. Costumava enfeitá-la com tudo o que era possível. Antes ligávamos menos à estética, por isso, a árvore tinha bolas de diversas cores e tamanhos, entre estrelas, enfeites de chocolate, enfeites de papel ou barro que fazia no infantário, luzes coloridas e fitas daquelas bem pirosas e brilhantes. Resumindo, todo o tipo de adornos natalícios numa só árvore :) . As fitas que sobravam eu costumava pô-las por cima dos armários!

 Fotografia de 2015 ( a minha irmã continua a fazer a mesma árvore de Natal, com os mesmos enfeites)
   O presépio foi outra tradição que se foi perdendo... mas nós tínhamos o nosso, pequenino, que foi ficando velhinho. Lembro-me de ir algumas vezes apanhar musgo com o meu pai. O presépio não podia faltar, era como se fizesse parte (e faz) da decoração desta época. O nosso foi remendado várias vezes, e felizmente tem sobrevivido.

O nosso Presépio antigo - fotografia de 2015
  As tendências, as modas e as atualizações estão sempre em constante mudança, por isso, e não sendo diferente de toda a gente, também eu fui mudando os hábitos natalícios, nunca esquecendo todas as limitações e ideias diferentes que tinha noutros tempos.
  Em anos anteriores, mudei a decoração, mudei a cor da árvore e até mudei de presépio. Este ano, mais uma vez será um Natal diferente, porque não começar pelo óbvio?
   Eliminei a ideia da típica árvore, dos enfeites repetitivos e estereotipados, voltei a pensar na ideia de apanhar musgo para o presépio e aceitei novas ideias de braços abertos que deram resultados fantásticos ( que só mostrarei noutro dia).
   Há pessoas que aparecem na nossa vida para refrescar o que parecia abafado e valorizar o que estava escondido. Sou uma sortuda!
     Como ainda é cedo para desvendar a nossa nova decoração de Natal, fica apenas o conselho de que não nos devemos agarrar ao que passou, nem sonhar em demasia com o que pode vir, mas viajar no tempo faz relembrar coisas maravilhosas e inigualáveis, como esta, que me fez lembrar que não passava um Natal sem oferecer uma garrafa de whisky ao meu pai e embora já não o possa fazer, recorro à memória para divagar por aí, naquilo que me faz feliz em pensamento!


  Por aí em pensamento, com amor... e contigo!

Teresa Martins


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Bom Jesus do Monte

01 de Novembro de 2016

   Qual é o feriado que não sabe bem? Adoro todos os feriados, especialmente aqueles que não calham ao fim de semana!
   Há 3 anos que não tínhamos este feriado, que nos foi retirado de 2013 a 2015, estava mais do que na hora de o merecermos outra vez.
   Neste dia recordam-se os entes queridos que já faleceram. É chamado o Dia de Todos os Santos e por aqui é uma azáfama nos cemitérios. Nunca tive esse costume quando era mais nova e vivia em Tires, mas no norte é um dia sagrado para as famílias irem ao cemitério (durante quase todo o dia) embelezar, arranjar, etc., as campas daqueles que já não estão presentes.
   Ainda bem que nunca tive esse hábito, não gosto de cemitérios embora não me faça confusão se tiver de lá ir, mas na verdade não encontro um fundamento forte que me leve a fazê-lo, pelo menos com a regularidade com que vão muitas pessoas que conheço.
   Por outro lado, recordo que neste feriado, logo pela manhã ia ao "Pão por Deus". Com um saquinho de pano, boa disposição e alguns amigos, tocava às campainhas do Bairro Conde Monte Real, e pedia doces, ou qualquer coisa que os vizinhos tivessem para oferecer. Naquela altura as pessoas eram bem generosas, cheguei muitas vezes a casa com o saco cheio de rebuçados, chocolates, castanhas (e algumas moedas pelo meio). Sei que a tradição ainda se mantém, não com tanta adesão. Ou porque muitas das campainhas estão desligadas neste dia de manhã ou porque já não é tão seguro as crianças andarem sozinhas na rua! Ainda bem que no meu tempo era tudo mais simples!
   Adiante, e de volta aos dias de hoje, acordámos com um sol maravilhoso e convidativo. Tornou-se impossível ficar em casa, com a sorte de podermos aproveitar o verão de S.Martinho antecipado.
   Na verdade apetece-me fazer sempre alguma coisa! Sorte a minha que tenho alguém como tu que tem sempre (ou quase sempre) uma solução para mim, para nós!
  Depois de pensarmos bem e avaliarmos algumas hipóteses, optámos por ir ao Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, por ser um sítio acessível e perto da nossa casa e porque não podemos gastar muito dinheiro (estamos em poupanças para altos voos)!
    O Santuário do Bom Jesus do Monte, ou Santuário do Bom jesus de Braga como é conhecido, fica localizado na freguesia de Tenões, cidade de Braga.
   É um Santuário dedicado ao Senhor Bom Jesus, onde existe uma Igreja, um escadório, um elevador e uma área de mata, o Parque Natural do Bom Jesus.
  É o local ideal para passear e desanuviar o stress. Naquela zona existem alguns hotéis e cafés, proporcionando a todos os que por lá passam as condições necessárias para uma ótima estadia.
  Nós entrámos pelo lado oposto ao Santuário, mas existe a possibilidade de estacionar o carro mesmo na zona junto ao escadório, basta pagar 1 euro por 24 horas.
   Em 1806, os terrenos baldios que existiam perto da Igreja do Bom Jesus foram doados ao Santuário e posteriormente foram plantadas árvores, foram-se formando clareiras, etc. Durante o percurso na zona do parque podemos encontrar trilhos que nos levam a grutas de cimento, coretos, pontes e lagos artificiais, tudo isto envolvido em arbustos e folhas cor de laranja  a confirmar a beleza do Outono!

Parque do Bom Jesus
Parque do Bom Jesus
Gruta de cimento
Parque do Bom Jesus
   Encontrámos também diversos lagos artificiais, e no maior de todos eles existe a possibilidade de alugar um barco e aproveitar o passeio. Custa 1,50 euro por pessoa!

Lago artificial
Lago artificial
Lago artificial
   A Igreja, que é bastante popular, começou a ser construida em Junho de 1784 e as obras terminaram em 1811. É um dos primeiro edifícios em estilo neoclássioco de Portugal.
  Esta Igreja foi elevada à categoria de basílica em Julho de 2015.

Basílica do Bom Jesus
Basílica do Bom Jesus
    O escadório tem 116 metros e está dividido em três partes: O Escadório do Pórtico, o Escadório dos Cinco Sentidos e o Escadório das Três Virtudes.
    Ainda não foi desta vez que descemos, porque não íamos com a roupa mais adequada para o fazer, mas fica para uma altura que que além de uma preparação prévia exista também disposição para isso :)
Vista para o Escadório
Vista para o Escadório
   Embora tenha sido uma visita curta, ficando muito mais para ver (e mostrar), soube bem sair da rotina, e usufruir de uma pausa durante a semana. Fica provado, mais uma vez, que não é preciso muito para se "ter" o melhor da vida.
   Se não fosses tu, teria ficado a limpar a casa, também faz parte, mas não era a mesma coisa!


Por aí com amor... e contigo!


Teresa Martins